sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

I - Origens e Primeiras Manifestações


O termo religião vem do latim religare, religar. Subentende-se religar com Deus. Essa é uma definição mais cristã de religião e que muitas vezes não corresponde às filosofias pagãs. Mas, muitas vezes, se utiliza esse termo de maneira mais geral.
As origens da religião se perdem no tempo. Em todas as comunidades primitivas e modernas foram encontrados vestígios de filosofias religiosas.
Qual seria a razão do aparecimento da religião?
Existem várias opiniões a respeito dessa origem, mas elas podem-se agrupar em dois grupos:
Primeiro grupo: as que acreditam que a religião foi criada pelo pensamento humano, sem necessariamente corresponder à realidade. São elas:
a) O homem, observando e sendo afetado por seres ou fenômenos físicos mais poderosos do que ele, e não os podendo compreender a sua natureza, começou a dar-lhes culto e esboçar a ideia de deuses. Daí se justificariam o culto ao Sol, à Lua, ao fogo, à tempestade etc.
b) Pessoas ansiosas por exercer poder sobre os povos criaram, de sua imaginação, deuses e se entitularam intermediários entre eles e os homens.
c) Os seres humanos, se sentido desamparados diante do mundo, dos sofrimentos da vida, sentiram a necessidade de crer em algo que estivesse além da natureza visível, e que os pudesse amparar.
Segundo grupo: As que acreditavam que a religiosidade fosse uma intuição vaga que o homem traz em si da natureza espiritual da qual ele faz parte, e da observação de situações em que a natureza espiritual se torna perceptível aos homens.
Eu acredito que todos esses fatores concorreram para dar origem às religiões.


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A intuição de que existiria algo mais além da vida material pode ter levado os povos a engatinharem na ciência do invisível.
Nos celtas surgiram os cultos aos antepassados, que eles acreditavam viver espiritualmente. As druidisas estabeleceram muitos rituais, entre os quais o dos sacrifícios humanos, para conseguirem maior poder sobre o seu povo.
Rama aboliu os sacrifícios humanos e instituiu o culto do fogo no lar. Mas ainda continuava a crença de que a alma sobrevivia ao corpo.
Esse culto ao fogo pode-se encaixar na definição 1a, já citada.
No tempo de Krishna já existia uma infinidade de deuses: Agni (o fogo), Vishnu (o sol), Mahadeva. E já existiam pessoas que, devido aos seus hábitos virtuosos, conseguiam um grande desprendimento de seus invólucros carnais, como os anacoretas, que viviam próximos ao monte Meru.
Krishna é uma personagem um tanto controvertida.
Se ele foi um homem como outro qualquer, de onde lhe vieram os conhecimentos que ele ministrava, tais como:
-a existência de um só Deus;
-a reencarnação e a evolução espiritual;
-a necessidade de uma vida virtuosa;
-o pagamento do mal com o bem.
Se, por outro lado, ele foi um enviado de Deus, ou um espírito muito evoluído, como se explica que na sua infância não tivesse nenhum conhecimento disso? E mesmo depois da iluminação, como se explica que ele cometesse erros tão flagrantes, como induzir o seu discípulo a fazer guerra contra os reis da lua? E se ele dizia que se devia pagar o mal com o bem, como poderia induzir assim o seu discípulo?
Vê-se, então, que embora ele tivesse uma certa evolução espiritual, não chegava a ser um "messias".
Krishna hoje é por algumas filosofias identificado com Deus, o que é um absurdo total. É o caso dos adeptos da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.


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Depois de Krishna continuaram a surgir novos deuses na Índia.
Buda, assim como Krishna, após muita meditação disse ter conseguido a "iluminação" e formulou uma doutrina. Só que sua doutrina tinha muita diferença em relação à de Krishna. Ele não fala na existência de um deus.
Buda nos fala da necessidade de uma vida virtuosa, de não nos deixarmos iludir nem pelas coisas boas nem pelas coisas ruins do mundo. Devemos "policiar" os nossos sentidos, fechar os nossos olhos às belezas do mundo, e não nos importarmos co os sofrimentos. Que tudo é uma criação da mente.
Ele nos fala da lei de Karma, que consiste em sofrermos os efeitos dos nossos erros em encarnações futuras.
Uma vida virtuosa, todos nós sabemos que é recomendável, mas não devemos fechar os olhos às belezas do mundo e sim não deixar que as coisas materiais tenham maior importância do que as espirituais.


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No Egito, os princípios de Rama foram introduzidos sob a forma de um culto a Amon-Rá. Cultuavam-se também outros deuses como Osíris e Ísis.
Os sacerdotes passavam por toda uma iniciação pela qual eles qdquiriam conhecimento das ciências físicas e, através de uma preparação especial, entravam em estado de êxtase, vendo coisas do mundo espiritual. Talvez tenha sido através desses conhecimentos que eles tenham podido imitar alguns dos sinais produzidos pelo Deus de Israel através de Moisés.


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Com os conhecimentos adquiridos no Egito, Orfeu estabeleceu o culto a Apolo e Júpiter, mas acreditava-se na existência de outros deuse como Perséfona.


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Se observarmos as religiões de outros povos, notaremos mais ou menos os mesmos caracteres: muitos deuses, entendimento errado da espiritualidade.
Existem muitas seitas hindus que acham que o homem deve se martirizar com toda sorte de sofrimentos a fim de pagar todos os seus pecaods e evoluírem espiritualmente. Essa é uma ideia muito errada, pois é uma teoria egoísta, um sofrimento que serve para a própria pessoa e não tem utilidade para as outras. Seria muito mais racional se martirizar, se entregando a obras em favor do próximo.
Enfim, manifesta-se no mundo uma confusão generalizada. Eles se mostram como cegos tateando em busca do caminho. Mas eles tem a intuição de que, de um modo ou de outro, o caminho existe. Eles estão buscando a espiritualidade. Nota-se um movimento "de baixo para cima".

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