sexta-feira, 21 de outubro de 2011

VI - O Espiritismo no Brasil




O Espiritismo hoje se encontra bastante desenvolvido e institucionalizado no Brasil. Temos a FEB, Federação Espírita Brasileira, que coordena o movimento, e em São Paulo temos a FEESP, Federação Espírita do Estado de São Paulo.
Na FEESP as pessoas são recebidas no departamento de orientação espiritual. De lá são encaminhadas a um salão onde, durante vários dias, as pessoas assistem a palestras que lhes dão uma noção do que seja o Espiritismo. As palestras duram cerca de trinta minutos cada uma, depois do que as pessoas se dirigem a um outro salão, onde lhes são dados passes magnéticos (que servem para purificar seus perispíritos de fluidos prejudiciais).
Depois dessas palestras e dos passes magnéticos as pessoas são convidadas a fazer cursos que lhes darão um conhecimento mais profundo do Espiritismo e de sua aplicação na vida. Esses cursos são dados na própria Federação, como é o caso da escola de médiuns, por exemplo. As pessoas podem, também, frequentar centros espíritas filiados à Federação. Eu fui a um desses centros (o da Casa Transitória) e pude observar os detalhes.

CONTINUA

sexta-feira, 1 de maio de 2009

V - A Reforma

Os reformadores perceberam muitos desses erros e passaram a combatê-los. Eles começaram a traduzir os textos bíblicos do hebraico e do latim para a língua dos povos de seus países e a distribuir esses textos.
Naquele tempo, só possuiam a Bíblia os sacerdotes católicos, ficando o povo privado de verificar se os ensinamentos dados nas igrejas correspondiam ou não à realidade dos textos bíblicos. Essa foi uma das teses defendidas pelos reformadores: a do livre exame. Cada pessoa tinha o direito de procurar por si só os ensinamentos contidos na Bíblia e a interpretá-los. Naturalmente, a Igreja Católica passou a combatê-los com a fúria de costume. Os reformadores foram considerados hereges, foram perseguidos, excomungados, julgados no tribunal da Inquisição e muitos foram presos e queimados em fogueiras.
Mas apesar de tudo isso os movimentos ganharam cada vez mais força, acabando por constituir as igrejas que nós conhecemos hoje por Adventistas, Presbiterianas etc. João Calvino e Martinho Lutero são os mais conhecidos reformadores.
Os reformadores conseguiram simplificar e purificar a religião cristã e abriram caminho para a liberdade religiosa.
Também não digo que os reformadores conseguiram encontrar a verdade absoluta e que eles não cometeram erros. Claro que os cometeram, pois foram homens falhos como todos nós o somos. Mas que houve uma melhoria, isto é evidente. Por exemplo:
A Igreja Presbiteriana de hoje possui templos simples, mas com uma conformação arquitetônica semelhante à dos templos católicos. Nas suas igrejas não se encontram vitrais, nem afrescos, nem esculturas de santos. Não há altar. O chefe da Igreja não é considerado perfeito.
Continuam a usar órgãos em seus cultos.
O culto consiste no estudo e explanação das passagens da Bíblia, uma ou duas orações e o canto de hinos religiosos.
Ao contrário dos antigos católicos, todos os presbiterianos possuem a Bíblia e são estimulados pelos sacerdotes a estudá-la e consultá-la.
A sua filosofia se baseia em estudar a Bíblia e crer em Cristo. Eles acreditam que Jesus é Deus, o que é um erro pois embora São João o afirme em seu Evangelho, não há na Bíblia uma passagem em que Cristo se diga Deus. Ele sempre se refere a si próprio como o filho de Deus e, portanto, se ele é o filho de Deus ele não é Deus.
Dizem que só através de Cristo se consegue a salvação. Acreditam ser a Bíblia a palavra de Deus escrita através de seus inspirados: os profetas. Afirmam que crer em Cristo como Salvador faz com que o Espírito santo efetue transformações em sua natureza íntima de modo que eles possam compreender a palavra de Cristo.
Não acho que essa afirmação seja totalmente correta. Acho que Deus não altera a nossa natureza, mas nós sim, através da nossa razão, analizamos os textos bíblicos e damos o nosso parecer.
Acreditam na ressureição dos mortos, com corpo e tudo, e no juízo final, sendo que os bons habitarão a nova Jerusalém, o mundo renovado, junto com Deus; e os maus, jogados no fogo do inferno para que queimem para sempre, sem morrerem.
Me parece ser o corpo desnescessário aos espíritos purificados, e há uma injustiça sem fim em se afirmar que os maus devem sofrer para sempre.
É possível que Cristo tivesse usado de expressão figurada quando nos falou do inferno, pois naturalmente a uma pessoa que realiza más ações são reservados sofrimentos. Jesus, impossibilitado de explicar ao povo a natureza desses sofrimentos (devido à ignorância do povo) teve que usar de expressões como queimar no fogo do inferno, ou ser jogado nas trevas exteriores, para explicar que os maus receberiam um tratamento pior que o dado aos bons.

VI - O Espiritismo

Desde épocas remotas se tem notícia de contatos entre seres humanos seres imateriais.´É o caso dos chamados anjos, como o visto por Moisés, segundo a Bíblia. Também é do nosso conhecimento a manifestação de seres chamados demônios que tomavam o corpo das pessoas. Jesus expulsou muitos desses demônios.

Outros eram chamados de espíritos de adivinhação e existiram tanto no tempo de Moisés como no de Cristo. Esses seres não pareciam transgredir de modo violento as leis morais, mas também não eram considerados como de natureza superior como os anjos.

Em toda a história tivemos essas interferências do mundo invisível no mundo visível. Mas, por volta do século XIX, essas manifestações começam a se tornar frequentes a ponto de chamar a atenção de muitas pessoas a esse respeito.

Uma dessas pessoas foi Allan Kardec, que se interessou pelos fenômenos de levitação de mesas. Allan Kardec passou a estudar esses fenômenos e constatou que eles eram resultantes da manifestação de seres inteligentes e não apenas fenômenos físicos.

Através de sons produzidos na madeira das mesas ou da escrita com lápis presos a cestas, esses seres respondiam a perguntas e davam sua opinião sobre vários assuntos.

Mais tarde eles passaram a escrever através da mão de pessoas. Podia-se saber que não era a pessoa que escrevia porque esses seres apresentavam caligrafias diversas e diferentes da da pessoa; e também porque muitas vezes eles falavam de assuntos que eram totalmente desconhecidos pela pessoa de cuja mão se serviam.

Allan Kardec passou a estudar esses e outros fenômenos semelhantes.

Uma das entidades se identificou como sendo o Espírito de Verdade, o Consolador prometido por Cristo.

Essa e outras entidades o ajudaram em seus estudos e na elaboração da doutrina dos espíritos, ou Espiritismo.

O primeiro livro da Codificação espírita foi editado pela primeira vez em 18 de abril de 1857.

A seguir, dou algumas explicações sobre a doutrina Espírita.


Deus - é um ser imaterial, suprema inteligência, eterno (não teve começo, nem terá fim), imutável, todo-poderoso (não há ninguém mais poderoso que ele), soberanamente justo e bom, perfeito, único. Criador do universo e de tudo que nele há. É onipresente e tem conhecimento do passado, presente e futuro.


Matéria - os espíritos dizem não saber se ela existe de toda a eternidade, como Deus, ou se foi criada por ele. Ela não tem consciência de si.

As partículas do éter se combinam de múltiplas formas, dando origem a inúmeros fluidos e aos elementos que formam o átomo e, consequentemente, as matérias que conhecemos.

Esses fluidos são formados por partículas subatômicas e não devemos confundi-los com o que comumente conhecemos por fluidos (gases e líquidos).

Um dos fluidos mais importantes que as partículas do éter formam é o fluido vital.

Fluido vital - é o fluido que dá origem à vida material. Manifesta-se sozinho nas plantas e une os espíritos aos corpos nos seres mais evoluídos.

Espíritos - seres imateriais, inteligentes, que têm consciência de si. Deus está sempre os criando. Ele os cria primitivos e através de várias encarnações eles evoluem.

Nos animais são primitivos; quando desencarnados não têm consciência de si. Após sofrer uma transformação, passam a se encarnar em seres humanos. Continuam evoluindo, aprendendo a moral e as ciências. Pouco a pouco suas inteligências se desenvolvem e seus corpos se tornam menos brutos. Desencarnados, têm consciência de si e influenciam os encarnados. Sofrem as consequências de seus atos na encarnação presente ou nas futuras.

Na medida de seus esforços, evoluem mais ou menos rapidamente, até chegarem à perfeição, quando não mais precisam se encarnar: apenas servem a Deus, transmitindo os seus desígnios a mundos inferiores.

Perispírito - invólucro semimaterial do espírito. Serve para que o espírito, que é um ser imaterial, possa atuar sobre a matéria. Quando o espírito está encarnado, o perispírito faz a ligação dele com o corpo.

O perispírito pode ser de natureza mais ou menos grosseira, dependendo da evolução do espírito, impondo restrições à atividade deste. Quanto mais o espírito evolui, menos material se torna o perispírito, dando mais liberdade ao espírito.

Alma - é o nome dado pelos espíritas ao espírito encarnado.

Corpo material - é o nosso corpo físico, que todos nós conhecemos. Sua constituição é apropriada ao mundo para o qual foi criado, mas também os corpos evoluem. Corpos mais grosseiros abrigam espíritos menos evoluídos. À medida que o espírito evolui, ele vai passando a encarnar em corpos mais aperfeiçoados e menos materiais, o que lhe impõe menos restrições.

Mundos - os mundos também são criados e evoluem com o passar do tempo, tornando-se próprios para serem habitados por espíritos de natureza cada vez mais elevada.

De tempos em tempos ocorre uma seleção entre os habitantes de um planeta. O mundo é promovido a habitação de uma ordem de espíritos mais evoluídos. Os espíritos que não se enquadram na média de evolução espiritual para a qual o mundo será dedicado são mandados a mundos inferiores, onde possam colaborar na evolução dos espíritos que lá habitarem.

Com a doutrina dos espíritos, Kardec passa as coisas que antes eram tidas como sobrenaturais para o campo das coisas naturais. Os espíritos podem ser invisíveis (para nós) e um tijolo visível, mas as leis que regem os fenômenos espirituais são tão naturais e divinas como as que regem a matéria do tijolo.

Médium - é toda pessoa que, num grau qualquer, sente a influência dos espíritos. Todos somos pouco mais ou menos médiuns. Mas, na prática, esta qualificação se aplica somente àqueles cuja faculdade medianímica é claramente caracterizada e se traduz por efeitos patentes e uma certa intensidade, o que então depende de um organismo mais ou menos sensitivo. Esta faculdade não se revela em todos da mesma maneira; os médiuns têm geralmente uma aptidão especial para tal ou qual gênero, o que dá tantas variedades quantas espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, sensitivos, auditivos; os falantes, os videntes; os sonâmbulos; os curadores; os pseumatógrafos; os escreventes ou psicógrafos.



***



O espiritismo deu mais coerência aos fenômenos espirituais. Pode-se concluir que tanto os anjos quanto os demônios são apenas espíritos como nos. Os anjos são apenas uma forma de manifestaçao de espíritos bastante evoluídos. Não foram criados com todos os seus atributos de inteligência bondade e poder como acreditam os protestantes, mas foram homens, como nós. Acreditar que os anjos tenham sido criados puros e, portanto, não sujeitos aos sofrimentos que nós experimentamos, seria acreditar num Deus injusto, que faz distinção entre as suas criaturas.

Os demônios, por sua vez, também são espíritos. Não são espíritos voltados eternamente para o mal. Esse estado é apenas temporário e, cedo ou tarde, passarão a se dedicar ao bem e a evoluir. Um dia serão tão evoluídos a ponto de, quando se manifestarem, serem chamados de anjos.

A crença de que os demônios tenham sido anjos que foram banidos do céu por se rebelarem contra Deus e manifestarem más virtudes também não é sensata.

Dizem os protestantes que Deus criou os demônios bons e que depois eles se tornaram maus. Isso contradiz a lei da evolução, pois que afirma que houve uma involução dos anjos. A transformação do espírito só se dá em um sentido: do estágio menos evoluído para o mais evoluído. Além do mais, se alguns anjos fossem se tornar maus, Deus o saberia antes de tê-los criado e, portanto, não os criaria.*

Essa é uma crença que tem por base os escritos de Moisés. Pela insensatez do texto, se pode deduzir que a Bíblia não pode ter sido escrita por inspiração divina.

Como se pode ver, o culto aos santos também é destituído de fundamento pelo conhecimento do Espiritismo. As pessoas que viveram aqui na Terra, foram amadas por nós e até mesmo consideradas santas, podem se encontrar em inúmeras circunstâncias que as impediriam de nos ajudar. Por exemplo, Santo Antônio, que dizem ser um santo casamenteiro, poderia estar nesse momento encarnado em um outro planeta. Isso não é possível?

O Espiritismo diz ter sido previsto e até mesmo anunciado por Cristo. O Espiritismo afirma também que nos ajuda a entender os ensinamentos de Cristo sobre a Terra. Abaixo cito algumas passagens da Bíblia, as quais os espíritas dizem haver relação com o Espiritismo.


São João XIV - 15 - Se me amais, guardai os meus mandamentos.

XIV - 16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.

XIV - 17 - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.


Segundo os espíritas, essa passagem anuncia o advento do Espiritismo.


São Lucas IV - 33 - E estava na sinagoga um homem que tinha um espírito de um demônio imundo, e exclamou em alta voz,

IV - 34 - Dizendo: ah, que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.

IV - 35 - E Jesus o repreendeu dizendo: cala-te, e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal algum.


Estas passagens, segundo o Espiritismo, demonstram a existência de fenômenos espíritas já na época de Cristo, sendo narrados nos Evangelhos. No caso, se tratava de um caso de incorporação de um espírito em um médium.


São Lucas V - 12 - E aconteceu que, estando numa das cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre seu rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.

V - 13 - E ele, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.

Para os espíritas, passagens como esta nos dão uma ideia da grande evolução espiritual de Cristo. Portanto, Cristo não é o filho unigênito de Deus, como afirmam alguns. Ele é apenas mais um espírito, que através de muitas encarnações alcançou um alto grau na escala evolutiva da espiritualidade. Por isso é que, com a força de seu espírito, ele conseguia curar os enfermos. Esse fenômeno também deixa de ser milagroso e sobrenatural para se mostrar como um fenômeno natural e regido por leis divinas.

S. João III - 1 -E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

III - 2 - Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus: porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

III - 3 - Jesus respondeu, e disse-lhe: na verdade, na verdade e digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

III - 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porvenura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

III - 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.

III - 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírio é espírio.

III - 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.

Essas passagens, dizem os espírias, mostram Jesus falando a respeito da reencarnação.


São Mateus IX - 1- E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou 'a sua cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.


IX - 2- E Jesus, vendo a sua fé, disse ao paralítico: "Filho, tem bom ânimo. Perdoados te são os seus pecados.


IX - 3- E eis que alguns dos escribas diziam entre si: "Ele blasfema.


IX - 4- Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: "Por que ajuizais mal em vossos corações?


IX - 5- Pois qual é mais fácil?Dizer: "Perdoados te são os teus pecados", ou dizer: "Levanta-te e anda?


IX - 6- Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): "Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa.


IX - 7- E, levantando-se, foi para sua casa.


Essas passagens nos mostram o sofrimento físico como consequência do pecado, visto que perdoando os pecados do paralítico Jesus depois o curou. Segundo os espíritas esse seria um exemplo da manifestação da lei de causas e efeitos.


CONTINUA...




* Arnaldo de Oliveira cita aqui uma lei da evolução: a de que só se pode evoluir, nunca involuir. Não esclarece a origem dessa lei (provavelmente é uma ideia espírita, mas tudo bem). Ora, pelo menos na vida cotidiana nós vemos claramente a ideia de involução: o envelhecimento corporal com a idade avançada; pessoas honestas que se tornam marginais; crianças aparentemente normais que se tornam bandidos. Pessoas sãs que se tornam loucas. Resta saber se isso se aplicaria também à alma, espírito ou seja lá como queiram denominar a nossa essência, sede de nossa vontade e memória.

Outra questão polêmica é essa história de Deus saber o futuro. Será que, mesmo com a ideia de onipotência, seria isto possível? Meu pai dizia que se Deus pudesse prever o futuro, não precisaria criar o homem e o mundo. Seria inútil, pois ele já saberia tudo que ia acontecer.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

IV - A Igreja Católica

No começo, todas as igrejas tinham o mesmo poder e eram dirigidas por um bispo.. Mas pouco a pouco, o bispo de Roma foi conseguindo maior poder sobre as outras igrejas. E, dizendo que a igreja precisava de uma organização, e afirmando ser o sucessor de Pedro na direção da igreja, constituiu o primeiro papado.
Até aí, tudo bem. realmente, a igreja precisava de uma organização. Mas a Igreja Católica incorreu em outros erros, devido:
-à interpretação errônea dos ensinamentos de Cristo.
-Às más intenções e aos interesses materiais de papas, bispos e padres (não todos).
-Ao uso de um sistema de "marketing" religioso, que não se importava em adulterar a doutrina cristã, contanto que a Igreja Católica proliferasse e aumentasse o seu poder.
Eis aqui alguns dos muitos erros da religião católica:
1o.) O papa se dia vigário de Deus na Terra, com direito de vida e de morte sobre os fiéis.
2o.) O papa é infalível e suas leis são imutáveis.
Ora, esses dois dogmas definem mais um deus do que um líder religiosos. O conceito de papa dos católicos se assemelha ao conceito de Pharaó dos egípcios, ou seja, de um deus sobre a Terra. Isso é um absurdo, pois todos nós sabemos que até o papa ser eleito pelos bispos, ele era um homem como nós, e não há prova de que tenha havido alguma mudança, muito pelo contrário. Pelos seus diversos erros se percebe que ele é um homem como nós.
3o.) A mudança do dia de descanso do sábado para o domingo, para coincidir com uma festa pagã que se realizava nesse dia, numa manobra de "marketing religioso". Isso invalida um dos Des Mandamentos, que diz: "lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem a tua besta, nem o teu estrageiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou. Potanto, abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou".
Em seu lugar, colocou o "guardarás os domingos e festas" dos mandamentos católicos e que nada tem a haver com a tradição mosaico-cristã.
4o.) Só os sacerdotes católicos têm o direito de interpretar as escrituras. Eles as interpretavam como quisessem, de acordo com suas opiniões e seus interesses, relegando o povo, assim, a uma condição de ignorância e de fé cega.
5o.) A venda de indulgências para construir a Basílica de São Pedro. As indulgências constituiam-se de documentos que consideravam perdoados todos os pecados dos fiéis, cometidos ou por cometer. Isso não só é falso, pois só quem pode perdoar os nossos pecados é Deus, como também facilita que outros pedacos sejam cometidos.
6o. ) As Cruzadas, que eram verdadeiras "guerras santas" . As cruzadas muito se assemelhavam às guerras dos muçulmanos para conseguir servos para Alá.
Em primeiro lugar, na lei de Moisés está escrito: não matar". Em segundo lugar, Jesus nunca impôs os seus ensinamentos. Ele apenas se limitava a pedir que cressem em sua palavra.
7o.) O Terço é um total absurdo. A pessoa vai rezando a quantidade de Pai-Nossos e Ave-Marias marcadas pelas contas de um colar. Quase sempre as pessoas rezam sem saber nem o que estão dizendo, mas apenas repetindo palavras numa determinada ordem e sem sentido para elas. E já disse Jesus que não é pelo muito falar que seremos ouvidos.
8o.) O luxo e a riqueza dos templos católicos.
Verdadeiras fortunas eram gastas (são, ainda) na construção de templos monumentais, adornados com afrescos e vitrais caríssimos. Cheias de esculturas de grande valor monetário. Existe no Brasil até um igreja feita de ouro. Sendo este um país em que tanta gente morre de fome, como pode haver tanto desperdício por parte da Igreja?
Jesus disse: não podeis servir ao mesmo tempo a Deus e a Mammom (a riqueza). Ele nos ensinou a sermos simples e a desprezarmos as coisas materiais.
9o.) O tribunal da Inquisição e a instituição de fogueiras para os hereges.
Jesus nunca impôs a sua doutrina. Ele sempre a expunha e esperava que as pessoas a aceitassem se quisessem, se a compreendessem. Jesus disse também: "não julgueis, para que não sejais julgados, pois com o jugo com que julgardes, julgar-te-ão, e com a medida com que medirdes, hão de medir para vós".
Portanto, a Igreja Católica transgredia de forma flagrente os ensinametos de Jesus.
10o.) A criação do Purgatório.
As escrituras não nos falam nada sobre a existência do Purgatório. E não nos consta que o Papa tenha recebido alguma comunicação especial de ordem divina a eese respeito.
11o.) O culto aos santos.
De acordo com a doutrina católica, as pessoas boas vão para o céu, enquanto que as más vão para o inferno.
Os santos, por terem sido pessoas excepcionamente boas, deduzem eles que tenham ido para o céu. Supõem os católicos que essas pessoas, por estarem em condições superiores, teriam a possibilidade de nos ajudar.
Em primeiro lugar, devemos prestar atenção ao fato de que, mesmo se considerarmos com verdade o dogma céu-purgatório-inferno, quem fará o julgamento das qualidades morais de uma pessoa é Deus e não nós. Portanto, aí fica uma dúvida: será que esses santos estão mesmo no céu? Quem garante? Os sacerdotes católicos? Está comprovado que esses sacerdotes cometeram mais de um erro em relação a outros assuntos. Por que não poderiam errar em relação a este?
Dessa maneira, é possível que a Igreja Católica tenha "colocado no céu" muitas pessoas indignas, as quais os fiéis se ajoelham e rezam.
Esse culto aos santos se assemelha muito ao culto aos antepassados praticado por povos não cristãos. Devemos ressaltar aqui também o fato de muitos santos terem sido inventados pela Igreja Católica, por questão de "marketing religioso". Dessa forma, vemos Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição. Que eu saiba, Maria (mãe de Jesus) é uma só e não justifica esses vários desdobramentos.
Dizem também que alguns santos têm funções específicas, tais como as de Santo Antônio, que é considerado o santo casamenteiro. Esse aspecto do catolicismo nos lembra bastante os deuses dos gentios, que tinham função específica, como os deuses da guerra, da sabedoria etc.
Outras filosofias, consideram uma quantidade maior de situações em que pode se encontrar uma pessoa depois de sua morte, tornando ainda mais difícil de se especificar se ela está ou não em condições de nos ajudar.
12o.) A eucaristia.
Dizem os católicos que nesse sacramento o pão e o vinho se transformam respectivamente no corpo e no sangue de Cristo. Este é um erro de interpretação, pois Jesus falava quase que o tempo todo em linguagem figurada. Devemos procurar o sentido real de suas palavras.
É o mesmo que tomarmos ao pé da letra suas palavras, quando diz:
(S. João vi-35) Eu sou o pão da vida.
(vi-51) Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.
(vi-54) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
É claro que ele está se referindo a recebê-lo como guia e à sua doutrina, e não a comermos a sua carne e beber o seu sangue realmente, o que seria um absurdo e uma monstruosidade. O mesmo ocorre com relação ao pão e ao vinho, que ele diz ser o seu corpo e o seu sangue.
Se formos analizar todos os erros neste livro, ele se tornaria grosso demais.
Mas eu digo que não houve só erros na religião católica. Existiram também muitas pessoas que realizaram obras de caridade, como o Padre José de Anchieta e São Francisco de Assis.
Mas foi devido a esses erros cometidos pela Igreja Católica e à opressão que ela causava, não permitindo nenhum outro culto que não o seu, é que surgiram os movimentos religiosos que ficaram conhecidos como reformadores.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

III - Os Ensinamentos de Cristo

Jesus disse que não veio destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento. Em relação às leis de Deus, sim. Mas em relação às de Moisés, não. Ele fez muitas alterações.
Enquanto Moisés dizia: "amai os vossos amigos e aborrecei os vossos inimigos", Jesus dizia: "amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem e orai e fazei bem aos que vos odeiam e vos perseguem".
Ele ao mesmo tempo sintetiza a lei em: "amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos". E nos explica a sua aplicação em todos os momentos da nossa vida, através das parábolas.
Ele nos dá uma verdadeira ideia de Deus, da vida terrena e da vida espiritual. Mas também afirma que não ensinou tudo "porque não poderíeis suportar", mas que rogaria ao Pai e ele enviaria um Consolador que reestabeleceria todas as coisas e nos faria lembrar dos seus ensinamentos. Fala também da sua volta e do juízo final.
***
Em Cristo, sim, nota-se as características de um messias em tudo que ele faz:
-O seu nascimento, já previsto por Moisés e outros profetas.
-A consciência que ele tinha de sua missão desde criança.
-O conhecimento que ele tinha do pensamento de todos os que o rodeavam e de tudo que ia se passar com ele.
-O seu modo de falar, sem vacilar, com lógica, sem se deixar enganar e sem contradições.
-A sua moral sublime, que ele ensinou e deu exemplo, pelo seu próprio comportamento.
-Os fenômenos de cura que através dele se fizeram.
Jesus abriu a porta da salvação aos gentios. Isso nos mostra que o trabalho realizado com os judeus foi uma preparação para a evangelização de todos os povos.
Os Apóstolos não manifestavam uma natureza tão elevada quanto à de Jesus, o que podemos observar nos vários erros em que incorreram:
-Muitas vezes os discípulos não compreendiam as parábolas de Cristo, tendo ele que explicá-las em particular a eles.
-Pedro nega Cristo três vezes.
-A dúvida sobre a ressureição de Cristo.
-Antes de Cristo os chamar, não tinham conhecimento de suas missões.
-Saulo de Tarso, antes de sua visão, perseguia os cristãos.
***
Os apóstolos continuaram o trabalho de Jesus, pregando o evangelho em várias partes da Europa e da Ásia, e realizando curas com o poder que Jesus lhes concedeu. As igrejas foram reformadas e confirmadas na nova fé.
Apesar da grande divulgação, pôde-se perceber que o cristianismo não foi compreendido totalmente pelos cristãos, o que ficou constatado com o surgimento da Igreja Católica.

II - O Povo Judeu


No povo judeu nota-se uma diferença: surge um movimento ¨de cima pra baixo¨. Deus vem ao encontro dos homens. E Ele já tem todo um plano de salvação. Ao contrário da confusão reinante em outros povos, o plano de salvação de Deus segue uma ordem certa, didática.
A bíblia nos fala de Noé e de Abraão, mas o plano de salvação só começa efetivamente com o profeta Moisés.
Moisés tira o povo de Israel do Egito, lhes dá os Dez Mandamentos e muitas outras leis acerca da moral, da higiene, da alimentação e da religião.
Aceitar que os Dez Mandamentos tenham vindo diretamente de Deus é facil, mas as outras leis de Moisés devem ser analisadas com uma certa precaução.
Moisés fala que os feiticeiros devem ser apedrejados para que o seu sangue seja sobre eles. Isso não tem muito a haver com um Deus justo e bom, e que nos diz nos seus Dez Mandamentos para ¨não matar¨.
Mas, enfim, não se pode dar um livro universitário para uma criança de doze anos, que não lhe será de proveito algum. Portanto, a cada aluno, o professor adequado.
As leis de Moisés se baseavam principalmente no princípio do ¨olho por olho, dente por dente¨.
Mas Moisés libertou o seu povo, deu-lhes uma moral, uma legislação, terras onde habitar. Transformou Israel numa Nação.
Ele previu também a vinda do Messias. Portanto ele estava iniciando um trabalho planejado por Deus há muito tempo.
Os profetas que vieram depois de Moisés consolidaram seus ensinamentos religiosos, deram testemunho da existência de Deus e anteciparam o os feitos de Cristo sobre a Terra. Depois que o terreno estava preparado para receber a semente, veio João Batista, arou a terra e Jesus semeou a semente da Verdade. Verdade que não podia ser dada no tempo de Moisés, pois que o povo era muito ignorante.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

I - Origens e Primeiras Manifestações


O termo religião vem do latim religare, religar. Subentende-se religar com Deus. Essa é uma definição mais cristã de religião e que muitas vezes não corresponde às filosofias pagãs. Mas, muitas vezes, se utiliza esse termo de maneira mais geral.
As origens da religião se perdem no tempo. Em todas as comunidades primitivas e modernas foram encontrados vestígios de filosofias religiosas.
Qual seria a razão do aparecimento da religião?
Existem várias opiniões a respeito dessa origem, mas elas podem-se agrupar em dois grupos:
Primeiro grupo: as que acreditam que a religião foi criada pelo pensamento humano, sem necessariamente corresponder à realidade. São elas:
a) O homem, observando e sendo afetado por seres ou fenômenos físicos mais poderosos do que ele, e não os podendo compreender a sua natureza, começou a dar-lhes culto e esboçar a ideia de deuses. Daí se justificariam o culto ao Sol, à Lua, ao fogo, à tempestade etc.
b) Pessoas ansiosas por exercer poder sobre os povos criaram, de sua imaginação, deuses e se entitularam intermediários entre eles e os homens.
c) Os seres humanos, se sentido desamparados diante do mundo, dos sofrimentos da vida, sentiram a necessidade de crer em algo que estivesse além da natureza visível, e que os pudesse amparar.
Segundo grupo: As que acreditavam que a religiosidade fosse uma intuição vaga que o homem traz em si da natureza espiritual da qual ele faz parte, e da observação de situações em que a natureza espiritual se torna perceptível aos homens.
Eu acredito que todos esses fatores concorreram para dar origem às religiões.


***

A intuição de que existiria algo mais além da vida material pode ter levado os povos a engatinharem na ciência do invisível.
Nos celtas surgiram os cultos aos antepassados, que eles acreditavam viver espiritualmente. As druidisas estabeleceram muitos rituais, entre os quais o dos sacrifícios humanos, para conseguirem maior poder sobre o seu povo.
Rama aboliu os sacrifícios humanos e instituiu o culto do fogo no lar. Mas ainda continuava a crença de que a alma sobrevivia ao corpo.
Esse culto ao fogo pode-se encaixar na definição 1a, já citada.
No tempo de Krishna já existia uma infinidade de deuses: Agni (o fogo), Vishnu (o sol), Mahadeva. E já existiam pessoas que, devido aos seus hábitos virtuosos, conseguiam um grande desprendimento de seus invólucros carnais, como os anacoretas, que viviam próximos ao monte Meru.
Krishna é uma personagem um tanto controvertida.
Se ele foi um homem como outro qualquer, de onde lhe vieram os conhecimentos que ele ministrava, tais como:
-a existência de um só Deus;
-a reencarnação e a evolução espiritual;
-a necessidade de uma vida virtuosa;
-o pagamento do mal com o bem.
Se, por outro lado, ele foi um enviado de Deus, ou um espírito muito evoluído, como se explica que na sua infância não tivesse nenhum conhecimento disso? E mesmo depois da iluminação, como se explica que ele cometesse erros tão flagrantes, como induzir o seu discípulo a fazer guerra contra os reis da lua? E se ele dizia que se devia pagar o mal com o bem, como poderia induzir assim o seu discípulo?
Vê-se, então, que embora ele tivesse uma certa evolução espiritual, não chegava a ser um "messias".
Krishna hoje é por algumas filosofias identificado com Deus, o que é um absurdo total. É o caso dos adeptos da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.


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Depois de Krishna continuaram a surgir novos deuses na Índia.
Buda, assim como Krishna, após muita meditação disse ter conseguido a "iluminação" e formulou uma doutrina. Só que sua doutrina tinha muita diferença em relação à de Krishna. Ele não fala na existência de um deus.
Buda nos fala da necessidade de uma vida virtuosa, de não nos deixarmos iludir nem pelas coisas boas nem pelas coisas ruins do mundo. Devemos "policiar" os nossos sentidos, fechar os nossos olhos às belezas do mundo, e não nos importarmos co os sofrimentos. Que tudo é uma criação da mente.
Ele nos fala da lei de Karma, que consiste em sofrermos os efeitos dos nossos erros em encarnações futuras.
Uma vida virtuosa, todos nós sabemos que é recomendável, mas não devemos fechar os olhos às belezas do mundo e sim não deixar que as coisas materiais tenham maior importância do que as espirituais.


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No Egito, os princípios de Rama foram introduzidos sob a forma de um culto a Amon-Rá. Cultuavam-se também outros deuses como Osíris e Ísis.
Os sacerdotes passavam por toda uma iniciação pela qual eles qdquiriam conhecimento das ciências físicas e, através de uma preparação especial, entravam em estado de êxtase, vendo coisas do mundo espiritual. Talvez tenha sido através desses conhecimentos que eles tenham podido imitar alguns dos sinais produzidos pelo Deus de Israel através de Moisés.


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Com os conhecimentos adquiridos no Egito, Orfeu estabeleceu o culto a Apolo e Júpiter, mas acreditava-se na existência de outros deuse como Perséfona.


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Se observarmos as religiões de outros povos, notaremos mais ou menos os mesmos caracteres: muitos deuses, entendimento errado da espiritualidade.
Existem muitas seitas hindus que acham que o homem deve se martirizar com toda sorte de sofrimentos a fim de pagar todos os seus pecaods e evoluírem espiritualmente. Essa é uma ideia muito errada, pois é uma teoria egoísta, um sofrimento que serve para a própria pessoa e não tem utilidade para as outras. Seria muito mais racional se martirizar, se entregando a obras em favor do próximo.
Enfim, manifesta-se no mundo uma confusão generalizada. Eles se mostram como cegos tateando em busca do caminho. Mas eles tem a intuição de que, de um modo ou de outro, o caminho existe. Eles estão buscando a espiritualidade. Nota-se um movimento "de baixo para cima".