No começo, todas as igrejas tinham o mesmo poder e eram dirigidas por um bispo.. Mas pouco a pouco, o bispo de Roma foi conseguindo maior poder sobre as outras igrejas. E, dizendo que a igreja precisava de uma organização, e afirmando ser o sucessor de Pedro na direção da igreja, constituiu o primeiro papado.
Até aí, tudo bem. realmente, a igreja precisava de uma organização. Mas a Igreja Católica incorreu em outros erros, devido:
-à interpretação errônea dos ensinamentos de Cristo.
-Às más intenções e aos interesses materiais de papas, bispos e padres (não todos).
-Ao uso de um sistema de "marketing" religioso, que não se importava em adulterar a doutrina cristã, contanto que a Igreja Católica proliferasse e aumentasse o seu poder.
Eis aqui alguns dos muitos erros da religião católica:
1o.) O papa se dia vigário de Deus na Terra, com direito de vida e de morte sobre os fiéis.
2o.) O papa é infalível e suas leis são imutáveis.
Ora, esses dois dogmas definem mais um deus do que um líder religiosos. O conceito de papa dos católicos se assemelha ao conceito de Pharaó dos egípcios, ou seja, de um deus sobre a Terra. Isso é um absurdo, pois todos nós sabemos que até o papa ser eleito pelos bispos, ele era um homem como nós, e não há prova de que tenha havido alguma mudança, muito pelo contrário. Pelos seus diversos erros se percebe que ele é um homem como nós.
3o.) A mudança do dia de descanso do sábado para o domingo, para coincidir com uma festa pagã que se realizava nesse dia, numa manobra de "marketing religioso". Isso invalida um dos Des Mandamentos, que diz: "lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem a tua besta, nem o teu estrageiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou. Potanto, abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou".
Em seu lugar, colocou o "guardarás os domingos e festas" dos mandamentos católicos e que nada tem a haver com a tradição mosaico-cristã.
4o.) Só os sacerdotes católicos têm o direito de interpretar as escrituras. Eles as interpretavam como quisessem, de acordo com suas opiniões e seus interesses, relegando o povo, assim, a uma condição de ignorância e de fé cega.
5o.) A venda de indulgências para construir a Basílica de São Pedro. As indulgências constituiam-se de documentos que consideravam perdoados todos os pecados dos fiéis, cometidos ou por cometer. Isso não só é falso, pois só quem pode perdoar os nossos pecados é Deus, como também facilita que outros pedacos sejam cometidos.
6o. ) As Cruzadas, que eram verdadeiras "guerras santas" . As cruzadas muito se assemelhavam às guerras dos muçulmanos para conseguir servos para Alá.
Em primeiro lugar, na lei de Moisés está escrito: não matar". Em segundo lugar, Jesus nunca impôs os seus ensinamentos. Ele apenas se limitava a pedir que cressem em sua palavra.
7o.) O Terço é um total absurdo. A pessoa vai rezando a quantidade de Pai-Nossos e Ave-Marias marcadas pelas contas de um colar. Quase sempre as pessoas rezam sem saber nem o que estão dizendo, mas apenas repetindo palavras numa determinada ordem e sem sentido para elas. E já disse Jesus que não é pelo muito falar que seremos ouvidos.
8o.) O luxo e a riqueza dos templos católicos.
Verdadeiras fortunas eram gastas (são, ainda) na construção de templos monumentais, adornados com afrescos e vitrais caríssimos. Cheias de esculturas de grande valor monetário. Existe no Brasil até um igreja feita de ouro. Sendo este um país em que tanta gente morre de fome, como pode haver tanto desperdício por parte da Igreja?
Jesus disse: não podeis servir ao mesmo tempo a Deus e a Mammom (a riqueza). Ele nos ensinou a sermos simples e a desprezarmos as coisas materiais.
9o.) O tribunal da Inquisição e a instituição de fogueiras para os hereges.
Jesus nunca impôs a sua doutrina. Ele sempre a expunha e esperava que as pessoas a aceitassem se quisessem, se a compreendessem. Jesus disse também: "não julgueis, para que não sejais julgados, pois com o jugo com que julgardes, julgar-te-ão, e com a medida com que medirdes, hão de medir para vós".
Portanto, a Igreja Católica transgredia de forma flagrente os ensinametos de Jesus.
10o.) A criação do Purgatório.
As escrituras não nos falam nada sobre a existência do Purgatório. E não nos consta que o Papa tenha recebido alguma comunicação especial de ordem divina a eese respeito.
11o.) O culto aos santos.
De acordo com a doutrina católica, as pessoas boas vão para o céu, enquanto que as más vão para o inferno.
Os santos, por terem sido pessoas excepcionamente boas, deduzem eles que tenham ido para o céu. Supõem os católicos que essas pessoas, por estarem em condições superiores, teriam a possibilidade de nos ajudar.
Em primeiro lugar, devemos prestar atenção ao fato de que, mesmo se considerarmos com verdade o dogma céu-purgatório-inferno, quem fará o julgamento das qualidades morais de uma pessoa é Deus e não nós. Portanto, aí fica uma dúvida: será que esses santos estão mesmo no céu? Quem garante? Os sacerdotes católicos? Está comprovado que esses sacerdotes cometeram mais de um erro em relação a outros assuntos. Por que não poderiam errar em relação a este?
Dessa maneira, é possível que a Igreja Católica tenha "colocado no céu" muitas pessoas indignas, as quais os fiéis se ajoelham e rezam.
Esse culto aos santos se assemelha muito ao culto aos antepassados praticado por povos não cristãos. Devemos ressaltar aqui também o fato de muitos santos terem sido inventados pela Igreja Católica, por questão de "marketing religioso". Dessa forma, vemos Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição. Que eu saiba, Maria (mãe de Jesus) é uma só e não justifica esses vários desdobramentos.
Dizem também que alguns santos têm funções específicas, tais como as de Santo Antônio, que é considerado o santo casamenteiro. Esse aspecto do catolicismo nos lembra bastante os deuses dos gentios, que tinham função específica, como os deuses da guerra, da sabedoria etc.
Outras filosofias, consideram uma quantidade maior de situações em que pode se encontrar uma pessoa depois de sua morte, tornando ainda mais difícil de se especificar se ela está ou não em condições de nos ajudar.
12o.) A eucaristia.
Dizem os católicos que nesse sacramento o pão e o vinho se transformam respectivamente no corpo e no sangue de Cristo. Este é um erro de interpretação, pois Jesus falava quase que o tempo todo em linguagem figurada. Devemos procurar o sentido real de suas palavras.
É o mesmo que tomarmos ao pé da letra suas palavras, quando diz:
(S. João vi-35) Eu sou o pão da vida.
(vi-51) Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.
(vi-54) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
É claro que ele está se referindo a recebê-lo como guia e à sua doutrina, e não a comermos a sua carne e beber o seu sangue realmente, o que seria um absurdo e uma monstruosidade. O mesmo ocorre com relação ao pão e ao vinho, que ele diz ser o seu corpo e o seu sangue.
Se formos analizar todos os erros neste livro, ele se tornaria grosso demais.
Mas eu digo que não houve só erros na religião católica. Existiram também muitas pessoas que realizaram obras de caridade, como o Padre José de Anchieta e São Francisco de Assis.
Mas foi devido a esses erros cometidos pela Igreja Católica e à opressão que ela causava, não permitindo nenhum outro culto que não o seu, é que surgiram os movimentos religiosos que ficaram conhecidos como reformadores.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
III - Os Ensinamentos de Cristo
Jesus disse que não veio destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento. Em relação às leis de Deus, sim. Mas em relação às de Moisés, não. Ele fez muitas alterações.
Enquanto Moisés dizia: "amai os vossos amigos e aborrecei os vossos inimigos", Jesus dizia: "amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem e orai e fazei bem aos que vos odeiam e vos perseguem".
Ele ao mesmo tempo sintetiza a lei em: "amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos". E nos explica a sua aplicação em todos os momentos da nossa vida, através das parábolas.
Ele nos dá uma verdadeira ideia de Deus, da vida terrena e da vida espiritual. Mas também afirma que não ensinou tudo "porque não poderíeis suportar", mas que rogaria ao Pai e ele enviaria um Consolador que reestabeleceria todas as coisas e nos faria lembrar dos seus ensinamentos. Fala também da sua volta e do juízo final.
***
Em Cristo, sim, nota-se as características de um messias em tudo que ele faz:
-O seu nascimento, já previsto por Moisés e outros profetas.
-A consciência que ele tinha de sua missão desde criança.
-O conhecimento que ele tinha do pensamento de todos os que o rodeavam e de tudo que ia se passar com ele.
-O seu modo de falar, sem vacilar, com lógica, sem se deixar enganar e sem contradições.
-A sua moral sublime, que ele ensinou e deu exemplo, pelo seu próprio comportamento.
-Os fenômenos de cura que através dele se fizeram.
Jesus abriu a porta da salvação aos gentios. Isso nos mostra que o trabalho realizado com os judeus foi uma preparação para a evangelização de todos os povos.
Os Apóstolos não manifestavam uma natureza tão elevada quanto à de Jesus, o que podemos observar nos vários erros em que incorreram:
-Muitas vezes os discípulos não compreendiam as parábolas de Cristo, tendo ele que explicá-las em particular a eles.
-Pedro nega Cristo três vezes.
-A dúvida sobre a ressureição de Cristo.
-Antes de Cristo os chamar, não tinham conhecimento de suas missões.
-Saulo de Tarso, antes de sua visão, perseguia os cristãos.
***
Os apóstolos continuaram o trabalho de Jesus, pregando o evangelho em várias partes da Europa e da Ásia, e realizando curas com o poder que Jesus lhes concedeu. As igrejas foram reformadas e confirmadas na nova fé.
Apesar da grande divulgação, pôde-se perceber que o cristianismo não foi compreendido totalmente pelos cristãos, o que ficou constatado com o surgimento da Igreja Católica.
II - O Povo Judeu
No povo judeu nota-se uma diferença: surge um movimento ¨de cima pra baixo¨. Deus vem ao encontro dos homens. E Ele já tem todo um plano de salvação. Ao contrário da confusão reinante em outros povos, o plano de salvação de Deus segue uma ordem certa, didática.
A bíblia nos fala de Noé e de Abraão, mas o plano de salvação só começa efetivamente com o profeta Moisés.
Moisés tira o povo de Israel do Egito, lhes dá os Dez Mandamentos e muitas outras leis acerca da moral, da higiene, da alimentação e da religião.
Aceitar que os Dez Mandamentos tenham vindo diretamente de Deus é facil, mas as outras leis de Moisés devem ser analisadas com uma certa precaução.
Moisés fala que os feiticeiros devem ser apedrejados para que o seu sangue seja sobre eles. Isso não tem muito a haver com um Deus justo e bom, e que nos diz nos seus Dez Mandamentos para ¨não matar¨.
Mas, enfim, não se pode dar um livro universitário para uma criança de doze anos, que não lhe será de proveito algum. Portanto, a cada aluno, o professor adequado.
As leis de Moisés se baseavam principalmente no princípio do ¨olho por olho, dente por dente¨.
Mas Moisés libertou o seu povo, deu-lhes uma moral, uma legislação, terras onde habitar. Transformou Israel numa Nação.
Ele previu também a vinda do Messias. Portanto ele estava iniciando um trabalho planejado por Deus há muito tempo.
Os profetas que vieram depois de Moisés consolidaram seus ensinamentos religiosos, deram testemunho da existência de Deus e anteciparam o os feitos de Cristo sobre a Terra. Depois que o terreno estava preparado para receber a semente, veio João Batista, arou a terra e Jesus semeou a semente da Verdade. Verdade que não podia ser dada no tempo de Moisés, pois que o povo era muito ignorante.
A bíblia nos fala de Noé e de Abraão, mas o plano de salvação só começa efetivamente com o profeta Moisés.
Moisés tira o povo de Israel do Egito, lhes dá os Dez Mandamentos e muitas outras leis acerca da moral, da higiene, da alimentação e da religião.
Aceitar que os Dez Mandamentos tenham vindo diretamente de Deus é facil, mas as outras leis de Moisés devem ser analisadas com uma certa precaução.
Moisés fala que os feiticeiros devem ser apedrejados para que o seu sangue seja sobre eles. Isso não tem muito a haver com um Deus justo e bom, e que nos diz nos seus Dez Mandamentos para ¨não matar¨.
Mas, enfim, não se pode dar um livro universitário para uma criança de doze anos, que não lhe será de proveito algum. Portanto, a cada aluno, o professor adequado.
As leis de Moisés se baseavam principalmente no princípio do ¨olho por olho, dente por dente¨.
Mas Moisés libertou o seu povo, deu-lhes uma moral, uma legislação, terras onde habitar. Transformou Israel numa Nação.
Ele previu também a vinda do Messias. Portanto ele estava iniciando um trabalho planejado por Deus há muito tempo.
Os profetas que vieram depois de Moisés consolidaram seus ensinamentos religiosos, deram testemunho da existência de Deus e anteciparam o os feitos de Cristo sobre a Terra. Depois que o terreno estava preparado para receber a semente, veio João Batista, arou a terra e Jesus semeou a semente da Verdade. Verdade que não podia ser dada no tempo de Moisés, pois que o povo era muito ignorante.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
I - Origens e Primeiras Manifestações
O termo religião vem do latim religare, religar. Subentende-se religar com Deus. Essa é uma definição mais cristã de religião e que muitas vezes não corresponde às filosofias pagãs. Mas, muitas vezes, se utiliza esse termo de maneira mais geral.
As origens da religião se perdem no tempo. Em todas as comunidades primitivas e modernas foram encontrados vestígios de filosofias religiosas.
Qual seria a razão do aparecimento da religião?
Existem várias opiniões a respeito dessa origem, mas elas podem-se agrupar em dois grupos:
Primeiro grupo: as que acreditam que a religião foi criada pelo pensamento humano, sem necessariamente corresponder à realidade. São elas:
a) O homem, observando e sendo afetado por seres ou fenômenos físicos mais poderosos do que ele, e não os podendo compreender a sua natureza, começou a dar-lhes culto e esboçar a ideia de deuses. Daí se justificariam o culto ao Sol, à Lua, ao fogo, à tempestade etc.
b) Pessoas ansiosas por exercer poder sobre os povos criaram, de sua imaginação, deuses e se entitularam intermediários entre eles e os homens.
c) Os seres humanos, se sentido desamparados diante do mundo, dos sofrimentos da vida, sentiram a necessidade de crer em algo que estivesse além da natureza visível, e que os pudesse amparar.
Segundo grupo: As que acreditavam que a religiosidade fosse uma intuição vaga que o homem traz em si da natureza espiritual da qual ele faz parte, e da observação de situações em que a natureza espiritual se torna perceptível aos homens.
Eu acredito que todos esses fatores concorreram para dar origem às religiões.
A intuição de que existiria algo mais além da vida material pode ter levado os povos a engatinharem na ciência do invisível.
Nos celtas surgiram os cultos aos antepassados, que eles acreditavam viver espiritualmente. As druidisas estabeleceram muitos rituais, entre os quais o dos sacrifícios humanos, para conseguirem maior poder sobre o seu povo.
Rama aboliu os sacrifícios humanos e instituiu o culto do fogo no lar. Mas ainda continuava a crença de que a alma sobrevivia ao corpo.
Esse culto ao fogo pode-se encaixar na definição 1a, já citada.
No tempo de Krishna já existia uma infinidade de deuses: Agni (o fogo), Vishnu (o sol), Mahadeva. E já existiam pessoas que, devido aos seus hábitos virtuosos, conseguiam um grande desprendimento de seus invólucros carnais, como os anacoretas, que viviam próximos ao monte Meru.
Krishna é uma personagem um tanto controvertida.
Se ele foi um homem como outro qualquer, de onde lhe vieram os conhecimentos que ele ministrava, tais como:
-a existência de um só Deus;
-a reencarnação e a evolução espiritual;
-a necessidade de uma vida virtuosa;
-o pagamento do mal com o bem.
Se, por outro lado, ele foi um enviado de Deus, ou um espírito muito evoluído, como se explica que na sua infância não tivesse nenhum conhecimento disso? E mesmo depois da iluminação, como se explica que ele cometesse erros tão flagrantes, como induzir o seu discípulo a fazer guerra contra os reis da lua? E se ele dizia que se devia pagar o mal com o bem, como poderia induzir assim o seu discípulo?
Vê-se, então, que embora ele tivesse uma certa evolução espiritual, não chegava a ser um "messias".
Krishna hoje é por algumas filosofias identificado com Deus, o que é um absurdo total. É o caso dos adeptos da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.
Buda, assim como Krishna, após muita meditação disse ter conseguido a "iluminação" e formulou uma doutrina. Só que sua doutrina tinha muita diferença em relação à de Krishna. Ele não fala na existência de um deus.
Buda nos fala da necessidade de uma vida virtuosa, de não nos deixarmos iludir nem pelas coisas boas nem pelas coisas ruins do mundo. Devemos "policiar" os nossos sentidos, fechar os nossos olhos às belezas do mundo, e não nos importarmos co os sofrimentos. Que tudo é uma criação da mente.
Ele nos fala da lei de Karma, que consiste em sofrermos os efeitos dos nossos erros em encarnações futuras.
Uma vida virtuosa, todos nós sabemos que é recomendável, mas não devemos fechar os olhos às belezas do mundo e sim não deixar que as coisas materiais tenham maior importância do que as espirituais.
No Egito, os princípios de Rama foram introduzidos sob a forma de um culto a Amon-Rá. Cultuavam-se também outros deuses como Osíris e Ísis.
Os sacerdotes passavam por toda uma iniciação pela qual eles qdquiriam conhecimento das ciências físicas e, através de uma preparação especial, entravam em estado de êxtase, vendo coisas do mundo espiritual. Talvez tenha sido através desses conhecimentos que eles tenham podido imitar alguns dos sinais produzidos pelo Deus de Israel através de Moisés.
Com os conhecimentos adquiridos no Egito, Orfeu estabeleceu o culto a Apolo e Júpiter, mas acreditava-se na existência de outros deuse como Perséfona.
Se observarmos as religiões de outros povos, notaremos mais ou menos os mesmos caracteres: muitos deuses, entendimento errado da espiritualidade.
Existem muitas seitas hindus que acham que o homem deve se martirizar com toda sorte de sofrimentos a fim de pagar todos os seus pecaods e evoluírem espiritualmente. Essa é uma ideia muito errada, pois é uma teoria egoísta, um sofrimento que serve para a própria pessoa e não tem utilidade para as outras. Seria muito mais racional se martirizar, se entregando a obras em favor do próximo.
Enfim, manifesta-se no mundo uma confusão generalizada. Eles se mostram como cegos tateando em busca do caminho. Mas eles tem a intuição de que, de um modo ou de outro, o caminho existe. Eles estão buscando a espiritualidade. Nota-se um movimento "de baixo para cima".
As origens da religião se perdem no tempo. Em todas as comunidades primitivas e modernas foram encontrados vestígios de filosofias religiosas.
Qual seria a razão do aparecimento da religião?
Existem várias opiniões a respeito dessa origem, mas elas podem-se agrupar em dois grupos:
Primeiro grupo: as que acreditam que a religião foi criada pelo pensamento humano, sem necessariamente corresponder à realidade. São elas:
a) O homem, observando e sendo afetado por seres ou fenômenos físicos mais poderosos do que ele, e não os podendo compreender a sua natureza, começou a dar-lhes culto e esboçar a ideia de deuses. Daí se justificariam o culto ao Sol, à Lua, ao fogo, à tempestade etc.
b) Pessoas ansiosas por exercer poder sobre os povos criaram, de sua imaginação, deuses e se entitularam intermediários entre eles e os homens.
c) Os seres humanos, se sentido desamparados diante do mundo, dos sofrimentos da vida, sentiram a necessidade de crer em algo que estivesse além da natureza visível, e que os pudesse amparar.
Segundo grupo: As que acreditavam que a religiosidade fosse uma intuição vaga que o homem traz em si da natureza espiritual da qual ele faz parte, e da observação de situações em que a natureza espiritual se torna perceptível aos homens.
Eu acredito que todos esses fatores concorreram para dar origem às religiões.
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A intuição de que existiria algo mais além da vida material pode ter levado os povos a engatinharem na ciência do invisível.
Nos celtas surgiram os cultos aos antepassados, que eles acreditavam viver espiritualmente. As druidisas estabeleceram muitos rituais, entre os quais o dos sacrifícios humanos, para conseguirem maior poder sobre o seu povo.
Rama aboliu os sacrifícios humanos e instituiu o culto do fogo no lar. Mas ainda continuava a crença de que a alma sobrevivia ao corpo.
Esse culto ao fogo pode-se encaixar na definição 1a, já citada.
No tempo de Krishna já existia uma infinidade de deuses: Agni (o fogo), Vishnu (o sol), Mahadeva. E já existiam pessoas que, devido aos seus hábitos virtuosos, conseguiam um grande desprendimento de seus invólucros carnais, como os anacoretas, que viviam próximos ao monte Meru.
Krishna é uma personagem um tanto controvertida.
Se ele foi um homem como outro qualquer, de onde lhe vieram os conhecimentos que ele ministrava, tais como:
-a existência de um só Deus;
-a reencarnação e a evolução espiritual;
-a necessidade de uma vida virtuosa;
-o pagamento do mal com o bem.
Se, por outro lado, ele foi um enviado de Deus, ou um espírito muito evoluído, como se explica que na sua infância não tivesse nenhum conhecimento disso? E mesmo depois da iluminação, como se explica que ele cometesse erros tão flagrantes, como induzir o seu discípulo a fazer guerra contra os reis da lua? E se ele dizia que se devia pagar o mal com o bem, como poderia induzir assim o seu discípulo?
Vê-se, então, que embora ele tivesse uma certa evolução espiritual, não chegava a ser um "messias".
Krishna hoje é por algumas filosofias identificado com Deus, o que é um absurdo total. É o caso dos adeptos da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.
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Depois de Krishna continuaram a surgir novos deuses na Índia.Buda, assim como Krishna, após muita meditação disse ter conseguido a "iluminação" e formulou uma doutrina. Só que sua doutrina tinha muita diferença em relação à de Krishna. Ele não fala na existência de um deus.
Buda nos fala da necessidade de uma vida virtuosa, de não nos deixarmos iludir nem pelas coisas boas nem pelas coisas ruins do mundo. Devemos "policiar" os nossos sentidos, fechar os nossos olhos às belezas do mundo, e não nos importarmos co os sofrimentos. Que tudo é uma criação da mente.
Ele nos fala da lei de Karma, que consiste em sofrermos os efeitos dos nossos erros em encarnações futuras.
Uma vida virtuosa, todos nós sabemos que é recomendável, mas não devemos fechar os olhos às belezas do mundo e sim não deixar que as coisas materiais tenham maior importância do que as espirituais.
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No Egito, os princípios de Rama foram introduzidos sob a forma de um culto a Amon-Rá. Cultuavam-se também outros deuses como Osíris e Ísis.
Os sacerdotes passavam por toda uma iniciação pela qual eles qdquiriam conhecimento das ciências físicas e, através de uma preparação especial, entravam em estado de êxtase, vendo coisas do mundo espiritual. Talvez tenha sido através desses conhecimentos que eles tenham podido imitar alguns dos sinais produzidos pelo Deus de Israel através de Moisés.
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Com os conhecimentos adquiridos no Egito, Orfeu estabeleceu o culto a Apolo e Júpiter, mas acreditava-se na existência de outros deuse como Perséfona.
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Se observarmos as religiões de outros povos, notaremos mais ou menos os mesmos caracteres: muitos deuses, entendimento errado da espiritualidade.
Existem muitas seitas hindus que acham que o homem deve se martirizar com toda sorte de sofrimentos a fim de pagar todos os seus pecaods e evoluírem espiritualmente. Essa é uma ideia muito errada, pois é uma teoria egoísta, um sofrimento que serve para a própria pessoa e não tem utilidade para as outras. Seria muito mais racional se martirizar, se entregando a obras em favor do próximo.
Enfim, manifesta-se no mundo uma confusão generalizada. Eles se mostram como cegos tateando em busca do caminho. Mas eles tem a intuição de que, de um modo ou de outro, o caminho existe. Eles estão buscando a espiritualidade. Nota-se um movimento "de baixo para cima".
Introdução
Nasci, vivi, olhei e vi: as divergências do mundo; a divisão de classes sociais, políticas, religiosas.
Governantes, governados. "Detentores da verdade", ignorantes, hereges.
Instituições: governos escolas, igrejas. Divergência. Divergências.
Poderes; riquezas.
A busca do poder e da riqueza.
A sua má distribuição.
O luxo, a pobreza.
A fartura, a fome.
A limpeza, a sujeira.
Por quê? Por quê?
Refleti, li, pensei alguma coisa.
Problemas sociais. A solução são programas para resolver esses problemas. O governo poderia executar muitos programas. Cheguei a pensar que a solução deveria vir do Governo. Mas por quê não vem? Pelo menos, não totalmente. Será que eles não sabem o que fazer?
Estudei, estudei. Problemas sociais: fome, transportes, educação etc. Vi e revi todos os programas que estavam sendo executados pelo nosso Governo. Falhas, falhas e mais falhas.
Rascunhei inúmeros projetos para resolver os problemas. Concluí que todos os problemas se inter-relacionavam. Que a solução do um depende da solução do outro. Dessa forma não se pode pensar em dar uma boa educação a alunos que não têm o que comer. Nem tampouco se pode colocar na cadeia pessoas que não tiveram chance para se educar e nem tampouco para viver. Pessoas que tiveram de lutar com o pouco conhecimento que adquiriram nas ruas para poderem sobreviver.
A partir desse raciocínio, estudei os problemas com sintomas de uma mesma doença, e não como coisas separadas. Cheguei à conclusão de que tudo estava errado. De que a sociedade devia ser totalmente remodelada, inclusive as estruturas das cidades. Fiz isso também. O resultado foi o projeto da Cidade de Nolzer.
Muito bom o projeto. Pelo menos para um cara que nunca tinha lido um livro sequer sobre arquitetura ou engenharia. Uma sociedade justa, organizada e funcional.
Mas aí eu dei de cara com o maior de todos os problemas: ninguém estaria interessado em resolver os problemas do povo. O Governo não está nem aí. Pra quê que ele vai esquentar a cabeça em resolver os problemas dos outros, quando os seus estão resolvidos?
Mudar o Governo? É uma ideia. E como todas as outras que tive, tentei pôr em prática. Pensei até em fazer a Academia Militar*. Mas não consegui. Felizmente, porque mais tarde passaria a entender as coisas de modo diferente.
Não, o problema não é este Governo.
No mundo existe uma quantidade enorme de países. Cada qual com seu Governo. Monarquias, Democracias, Comunismo, Socialismo etc. Todos igualmente corruptos e exploradores do povo.
Corrupção: aí está o problema. Mas, e o povo? São um rebanho de ovelhas dominadas por um grupo de demônios? Não, isto não é verdade. A prova disso é que os governantes antes eram homens do povo. Mas, depois que conseguiram o poder, o dinheiro, se esqueceram completamente dos seus antigos companheiros.
Em resumo, o homem só se preocupa com aquilo que o prejudica. Assim que ele deixa de ser prejudicado ele não mais se preocupa. Isto se chama egoísmo. E graças a esse egoísmo é que se sucedem governos e mais governos e tudo continua o mesmo.
Isso não acontece só em termos de política. Em todas as circunstâncias da vida isso acontece. É uma competição intensa, todos os dias. Cada um quer o mais possível para si, os outros que se danem. E o que acontece no final é que todos acabam sendo prejudicados.
Seria correto então se dizer que todos os homens são maus? Não exatamente. Entre um "João Conde" e um monge mendicante existem inúmeras variações.
É isso aí.
Como disse John Lennon, cada um de nós tem uma parte boa e uma parte ruim em si. Todos temos o bem e o mal em nós mesmos. Ou, se preferirem o pensamento de Raul Seixas: o ódio não existe realmente. O ódio é a ausência do amor, assim como a escuridão é a ausência da luz. Essa última versão me parece mais correta.
Dessa forma, cada um de nós tem mais ou menos amor; e o restante é o mal, o ódio. Ora, adotando o mal, o egoísmo como regra de comportamento, o resultado é essa competição violenta.
O que o homem quer é o seu bem estar físico e a sua paz espiritual. Mas no sistema do mal isso não é possível pois, quando pensamos que estamos conseguindo nosso bem estar, vem um dos nossos adversários e nos toma grande parte do que conseguimos, também violentando a outros,
Só o sistema do amor é funcional. Ao invés de termos adversários, teremos colaboradores. E quando pensamos que estamos perdendo o nosso bem-estar e a nossa paz ajudando a um amigo, logo divisamos outro amigo que vem nos dar um pouco da sua paz para nos salvar.
Seremos então como órgãos do corpo. Cada um, dentro daquilo que pode fazer, trabalha para si e para os outros. Com todos os órgãos trabalhando em harmonia teremos um corpo sadio, um homem cheio de paz, de bem-estar.
Portanto, antes de questionarmos os sistemas de governo, as instituições, os dogmas religiosos, é preciso que nos enchamos dessa luz maravilhosa que é o amor. Todos nós. O resto é uma consequência lógica.
*Academia Militar: sendo as reflexões do autor anteriores à confecção do livro, à época da ditadura militar, o meio de se alcaçar o poder era sendo um deles, um militar! (Nota do editor).
Apresentação, por Bill de Oliveira
Há vários anos atrás, em 1983, meu irmão Arnaldo de Oliveira, um curioso e pesquisador das coisas do Oculto, escreveu estas páginas que agora, com sua autorização, publico na Internet. O conteúdo? Reflexões, baseadas em sua própria vivência e experiência, a respeito das religiões que lançaram sua semente e germinaram no solo do Brasil. Veja bem, nem todas as religiões estabelecidas em nosso país estão aqui representadas, mas apenas aquelas que o autor pôde conferir in loco. Autor com uma inteligência reflexiva e intuitiva, traz considerações que podem parecer simples, mas básicas ao estudo quase cartesiano das expressões religiosas em nossa terra. Sendo escrito, não por um iniciado, mas por um observador, traz uma visão não dogmática e não presa a proselitismos de qualquer espécie, uma forma de falar de religião diferente mesmo (realmente falta a visão dos leigos em nossos dias, tão cheios de messias e mestres de toda espécie). O livro fala das origens da própria religião, a fim de completar o estudo e enriquecer a obra. Este que ora escreve pôde ler os manuscritos e julgá-los dignos de serem compartilhados com todos os estudioso sérios das coisas do oculto e da religiosidade. Espero que apreciem esta obra a qual, pela época em que foi escrita, não trazia algumas das respostas que fazia, o que hoje julgamos ter não todas mas mais algumas de maneira mais clara. Por isso me dou a liberdade de inserir algumas notas ao texto original, a fim de ampliar o alcance do debate, até mesmo com o autor da obra, o que deve trazer mais textos ainda. Boa leitura!
Bill de Oliveira
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