sexta-feira, 1 de maio de 2009

V - A Reforma

Os reformadores perceberam muitos desses erros e passaram a combatê-los. Eles começaram a traduzir os textos bíblicos do hebraico e do latim para a língua dos povos de seus países e a distribuir esses textos.
Naquele tempo, só possuiam a Bíblia os sacerdotes católicos, ficando o povo privado de verificar se os ensinamentos dados nas igrejas correspondiam ou não à realidade dos textos bíblicos. Essa foi uma das teses defendidas pelos reformadores: a do livre exame. Cada pessoa tinha o direito de procurar por si só os ensinamentos contidos na Bíblia e a interpretá-los. Naturalmente, a Igreja Católica passou a combatê-los com a fúria de costume. Os reformadores foram considerados hereges, foram perseguidos, excomungados, julgados no tribunal da Inquisição e muitos foram presos e queimados em fogueiras.
Mas apesar de tudo isso os movimentos ganharam cada vez mais força, acabando por constituir as igrejas que nós conhecemos hoje por Adventistas, Presbiterianas etc. João Calvino e Martinho Lutero são os mais conhecidos reformadores.
Os reformadores conseguiram simplificar e purificar a religião cristã e abriram caminho para a liberdade religiosa.
Também não digo que os reformadores conseguiram encontrar a verdade absoluta e que eles não cometeram erros. Claro que os cometeram, pois foram homens falhos como todos nós o somos. Mas que houve uma melhoria, isto é evidente. Por exemplo:
A Igreja Presbiteriana de hoje possui templos simples, mas com uma conformação arquitetônica semelhante à dos templos católicos. Nas suas igrejas não se encontram vitrais, nem afrescos, nem esculturas de santos. Não há altar. O chefe da Igreja não é considerado perfeito.
Continuam a usar órgãos em seus cultos.
O culto consiste no estudo e explanação das passagens da Bíblia, uma ou duas orações e o canto de hinos religiosos.
Ao contrário dos antigos católicos, todos os presbiterianos possuem a Bíblia e são estimulados pelos sacerdotes a estudá-la e consultá-la.
A sua filosofia se baseia em estudar a Bíblia e crer em Cristo. Eles acreditam que Jesus é Deus, o que é um erro pois embora São João o afirme em seu Evangelho, não há na Bíblia uma passagem em que Cristo se diga Deus. Ele sempre se refere a si próprio como o filho de Deus e, portanto, se ele é o filho de Deus ele não é Deus.
Dizem que só através de Cristo se consegue a salvação. Acreditam ser a Bíblia a palavra de Deus escrita através de seus inspirados: os profetas. Afirmam que crer em Cristo como Salvador faz com que o Espírito santo efetue transformações em sua natureza íntima de modo que eles possam compreender a palavra de Cristo.
Não acho que essa afirmação seja totalmente correta. Acho que Deus não altera a nossa natureza, mas nós sim, através da nossa razão, analizamos os textos bíblicos e damos o nosso parecer.
Acreditam na ressureição dos mortos, com corpo e tudo, e no juízo final, sendo que os bons habitarão a nova Jerusalém, o mundo renovado, junto com Deus; e os maus, jogados no fogo do inferno para que queimem para sempre, sem morrerem.
Me parece ser o corpo desnescessário aos espíritos purificados, e há uma injustiça sem fim em se afirmar que os maus devem sofrer para sempre.
É possível que Cristo tivesse usado de expressão figurada quando nos falou do inferno, pois naturalmente a uma pessoa que realiza más ações são reservados sofrimentos. Jesus, impossibilitado de explicar ao povo a natureza desses sofrimentos (devido à ignorância do povo) teve que usar de expressões como queimar no fogo do inferno, ou ser jogado nas trevas exteriores, para explicar que os maus receberiam um tratamento pior que o dado aos bons.

Nenhum comentário:

Postar um comentário